terça-feira, 19 de novembro de 2013

EU NÃO TERMINAREI ESTA VIAGEM...

EIFFEL, A TORRE SÍMBOLO DA CAPITAL FRANCESA



"Nós, escritores, pintores, escultores, arquitetos, amadores apaixonados pela beleza até agora intacta de Paris, viemos protestar com todas as nossas forças, com toda a nossa indignação, em nome do gosto francês ignorado, em nome da arte e da história francesa ameaçadas, contra a construção, em pleno coração de nossa capital, da inútil e monstruosa Torre Eiffel, que a maledicência pública, frequentemente imbuída de bom senso e espírito de justiça, já batizou como Torre de Babel"...



Assim iniciava o manifesto de protesto encaminhado ao diretor das obras da Exposição Universal de 1889 e publicado no jornal Le Temps logo que deram início à construção da Torre. O levante foi encabeçado por 47 dos artistas mais importantes da época, dentre os quais: Alexandre Dumas Filho, Charles Garnier, François Coppée e Guy de Moupassant, entre outros.


A Torre recebeu inúmeras alcunhas: "Leviatã de ferro"; "Supositório solitário crivado de buracos",segundo Théodore de Bonville; "Esqueleto de ferro desajeitado", no parecer de Guy de Maupassant que ainda não satisfeito organizou protesto embaixo dos pilares da Torre, lugar este que segundo ele, era o único de onde não se via a desprezível construção.


Divulgava-se na imprensa inúmeros presságios: "Assim que acabar, a Torre vai desabar e matar milhares de parisienses" bem como, "uma vez chegando ao topo, os visitantes ficarão asfixiados". Lia-se também: "A Torre vai afundar na terra, criando um verdadeiro cataclisma".


O engenheiro Gustave Eiffel respondeu aos ataques:
"Creio, de minha parte, que a Torre terá sua beleza própria. Por sermos engenheiros, crê-se que a beleza não nos preocupa nas nossas obras, e que se ao mesmo tempo nós as fazemos sólidas e duráveis, nós não nos esforçamos por fazê-las elegantes? Será que as verdadeiras condições da força não são sempre conformes às condições secretas da harmonia? (...) As curvas nas 4 arestas do monumento darão uma grande impressão de força e de beleza, pois traduzirão aos olhos a ousadia da concepção do conjunto. Existe no colossal uma atração, um charme próprio, aos quais as teorias comuns da arte não se aplicam"... E se a Torre, quando construída, for vista como uma coisa bela e interessante, os artistas não lamentariam terem partido tão depressa e tão ligeiramente em campanha? Que eles esperem então para terem-na em vista, para fazerem uma justa ideia, para poder julgar"  




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